Inês
ColorBlind
Técnica: Graffiti
2012
É o primeiro graffiti
a dar resposta a uma encomenda oficial no concelho da Lourinhã. O Coletivo é
composto por Tamára Alves e José Carvalho. Trata-se de um painel interpretativo
da história de D. Inês, onde surge representada uma Inês cega, sem a
íris/pupila do olho, enquadrada por umas arcadas, que sugerem o antigo paço
real do Moledo. A representação dos vários animais remete-nos, não só, para as
caçadas de D. Pedro por estas terras, mas também para uma caraterística
estilística deste coletivo.
Juízo Final
Francisco Cid
Resina Poliéster
Técnica: Instalação
Dimensão: fig. Masc.
250 cm
fig. Fem. 220 cm
2010
Trata-se de uma
representação figurativa de D. Pedro e D. Inês de Castro. São figuras humanas
modeladas em técnica mista. Ambas suportadas por dois blocos paralelepipédicos,
toscos, de pedra da região, seguindo a tradição escultórica tumular. As figuras
tal como em Alcobaça enfrentam-se. Este trabalho remete para o momento de
encontro dos dois personagens após a sua morte, seja metaforicamente no dia do
juízo final ou mais precisamente no Mosteiro de Alcobaça, onde se encontram os
túmulos dos mesmos.
Inês
Joana Alves
Técnica: Modelação
em pedra da região
2013
É uma peça que segue
a tradição escultórica naturalista. A representação de uma figura feminina nua,
modelada em pedra extraída numa das pedreiras da Freguesia. Numa escala
superior à humana, tem a zona das ancas e do ventre exageradamente salientes,
remetendo para o facto de ela ter tido três filhos no tempo que viveu em Moledo
(segundo Pinho Leal). O "nu" e a simplicidade do nome da peça procura
evidenciar antes de mais a mulher comum. A coroa, que se encontra afastada em
cima de um plinto é uma réplica da que se encontra no túmulo em Alcobaça. A
Inês olha com ar circunspecto para a coroa que nunca usou, remetendo para a
coroação póstuma.
Extração
João Leirão
Pedra da Região c/
Betão
Dimensão: 900 x 150
cm
2015/2017
Feito originalmente
para a sexta edição do Rabiscuit de Alcobaça, intitulado na altura de
"Caixa d'Ar", aparece aqui reinstalada de forma permanente, noutro
contexto, numa posição e com significado diferente. Este trabalho remete para
uma temática polémica, que se prende com a indústria transformadora e extrativa
de pedra no Planalto das Cezaredas. O bloco de pedra em forma de cunha foi
extraído e oferecido por uma dessas pedreiras e juntamente com a estrutura em
betão que lhe serve de base constitui a peça. O trabalho é no fundo uma
narrativa do trabalho de extração e da transformação da Pedra, matéria-prima
nobre da escultura.
S/ título
Pantónio
Técnica: Graffiti
2014
Pintura totalmente
oferecida pelo artista à comunidade de Moledo. Pantónio é um artista
mundialmente reconhecido. Como é hábito no seu trabalho, pinta figuras
antropomórficas monocromáticas; manchas negras com nuances de cor que sugerem
animais. Atendendo à sua origem açoriana, o artista pinta maioritariamente
metamorfoses de animais terrestres com marinhos. Neste caso retrata andorinhas
“do mar”, relacionando desta forma a temática da pintura com o elemento chave
de um Moinho tradicional (que se encontra devoluto), o "Vento".
Love Captives
Sana Hashemi Nasl
Técnica: Corda sisal
enrolada
Dimensão: 260 x 100
x 100 cm
2013
As duas figuras
estão unidas entre si, abraçadas uma à outra, beijando-se. O ligeiro movimento
de aproximação de um ao outro é sugerido pelas pernas, apesar de estes já se
beijarem. Esse movimento intensifica a sensação de desejo que as duas figuras
históricas sentem um pelo outro e sugere a vontade dos dois corpos se fundirem
eternizando dessa forma o amor entre ambos.
A escultura, apesar
de representar duas figuras, é um só volume, um monólito, dando seguimento à
representação de Balzac, de Rodin. Esta representação é mais estilizada e
nivelada e as formas dos corpos diluem-se uma na outra à semelhança das figuras
esculpidas em pedra por Henry Moore. Aqui o tema é Pedro e Inês, mas segue um
tema maior, o “beijo”, que é recorrente em fotografia, pintura e escultura,
tendo o seu apogeu na representação de Rodin. Ainda assim é a representação de
Brancusi, posterior à de Rodin, que lhe serve de inspiração.
A peça é construída
em "esferovite" (que desempenha uma função estrutural e que modela a
forma), revestido por corda sisal, distanciando-se assim dos materiais nobres
da escultura. Por outro lado, e não esquecendo o nome “Cativos do Amor”, a
corda sugere a “prisão” ou “ligação” que o amor pressupõe, o amor que uniu de
forma eterna Pedro e Inês.
Dilúvio
João leirão
Técnica: Talhe de
Pedra Mármore
Dimensão: 115 x 70 x
70 cm
2009
Dilúvio, trata-se de
um sinal de germinação e de regeneração. Não destrói senão as formas que estão
usadas e gastas, a ele segue-se sempre uma nova humanidade e uma nova história.
É a ideia de reabsorção da humanidade na água e a instituição de uma nova era
com uma nova humanidade. O dilúvio purifica e regenera tanto como o batismo, é
um imenso batismo coletivo. Trata-se de um “monumento” à água (como bem natural
e precioso para a vida). Parece ser uma Pia de Água Benta, mas
descontextualizada do seu lugar sagrado perde a sua função. É deste ponto de
vista um ready-made. Estando no espaço exterior poderá ainda fazer lembrar um
simples bebedouro ou fonte pública, mas que ironicamente está seca.
P.I.
Sónia Moreira
Técnica: Ferro
Pintado
Dimensão: 440 x 130
cm
2011
Feita em ferro e
pintada de encarnado, é composta por dois varões retos que se cruzam num ponto
criando um X. Ao longo desses dois elementos estão dispostas pequenas varas de
metal que de forma aleatória e acidental intersectam os varões. Trata-se de uma
peça esguia e que tende para o céu, para o infinito. As duas pernas do X
remetem para os dois amantes e os pequenos elementos podem ser uma alusão aos
espinhos que simbolizam as dificuldades que este amor teve de ultrapassar. O
nome, “P.I.”, leva-nos até ao número irracional π (3,14159 …), infinito à semelhança do amor das duas personagens históricas.
Presença Ausente
Denise Romano
Técnica: Mista
Dimensão: 200 x 70 x
50 cm
2010
Escultura que nos
remete para a forma de um trono, onde a pedra da região se conjuga com o inox
numa forma que aborda conceptualmente a suposta coroação póstuma de Inês de
Castro. Assemelhando-se a um antigo jogo, este “trono” é composto por um
conjunto de "pregos" dispostos de forma ortogonal em relação ao plano
que lhe serve de base. Não estando fixos, ao encostarmos qualquer coisa a esse
plano, os filamentos metálicos reproduzem em relevo o objeto que nele se
encosta. Nesta caso os varões em aço inox revelam a silhueta em negativo de
Inês de Castro sentada num trono (símbolo associado à família real) onde nunca
teve a oportunidade de se sentar.
A Morte de Inês
Joana Alves
Técnica: Modelação
em pedra da região
Dimensão: 100 x 150
x 200 cm
2010
Remete para uma
lenda contada na aldeia relacionada com uma pia antiga que se encontra próxima
da escultura e que terá sido encontrada e retirada do paço real. As pessoas mais
idosas contam que essa pia seria a banheira de Dona Inês. Assim, a autora
procurou “oferecer” uma banheira vitoriana, digna de uma rainha. Esta banheira
tem consigo uma ironia trágica, uma vez que os pés que a suportam são réplicas
dos pés do túmulo existente no Mosteiro de Alcobaça. Segundo os historiadores,
as figuras que suportam o respetivo túmulo representam os assassinos que a
executaram a mando de Afonso IV. Toda esta peça é feita com pedra da região, à
escala humana.
Paço
Constança Clara
Técnica: Instalação
2010
Instalação de um
pequeno “palco” de pedras oferecidas pelos habitantes da aldeia. A construção
desta peça exigiu uma estreita colaboração da população com a artista, fato que
a torna bastante peculiar. A ideia surge da possibilidade de algumas das casas de
Moledo terem sido construídas recorrendo a algumas cantarias retiradas do
lendário paço real onde supostamente viveu escondida D. Inês de Castro (segundo
os historiadores Pinho Leal e Montalvão Machado). Desse paço resta apenas o
terreno, que hoje serve para cultivo, rodeado de um muro de pedra que se
suspeita ser dessa época. A instalação de Constança Clara encontra-se
exatamente em frente a esse terreno. A artista pretendia que os habitantes de
Moledo, simbolicamente, devolvessem as pedras ao paço.
Por outro lado, a
peça remete para uma prática muito comum na aldeia que se prende com o fato dos
habitantes terem um apreço especial pelas pedras encontradas nos seus terrenos
e quintais. É frequente a sua ação sobre as mesmas, destacando-as na paisagem
que as rodeia, seja pela sua dimensão e/ou pela sua forma, formando pequenos
"templos" à semelhança do Cromeleque dos Almendres (Évora) ou
Stonehenge (Reino Unido).
Árvore
Francisco Gonçalves
Técnica: Construção
em Madeira
Dimensão: 600 x 200
x 200 cm
2012
Situada em frente ao
alpendre da igreja, trata-se de um trabalho totalmente feito em madeira. Ocupa
o local deixado vazio por uma grande, velha e emblemática tília. Dessa árvore o
escultor apenas conheceu o tronco central já sem vida. Procurou desenvolver o
seu trabalho partindo dela, ou do que restava da mesma, pois percebeu o valor
inestimável que esta tinha para os Moledenses. Trata-se de uma escultura com
uma forma ascendente. Tem um corpo central - um tronco - que suporta cinco
elementos dispostos no seu comprimento envolvendo-o (formando uma espiral em
torno de um eixo). Tanto o movimento elíptico como o tronco/coluna está
relacionado com o conceito de “lenda” que está na base da história do Moledo e
que sustenta o que conhecemos do romance existente entre Pedro e Inês. A imagem
arquetípica de "árvore" ou de "coluna" simboliza uma
ligação entre a "terra" e o "céu". São pontos de acesso ao
etéreo/sublime ou celestial, a um patamar superior onde "vivem as
lendas". A “lenda” está na nossa memória, já vem dos nossos antepassados e
será posteriormente transmitido às gerações futuras. Este trabalho é uma
espécie de “elevador”, onde acedemos à memória e à lenda, neste caso de Pedro e
Inês.
A Saudade
Roberto Miquelino
Técnica: Soldadura
Dimensão: 250 x 240
x 120 cm
2010
Trata-se de uma peça
de ferro pintado de encarnado. São dois volumes orgânicos construídos em tiras
de chapa metálica, que criam uma espécie de bolsa ou casulo. Assemelha-se na
linguagem e no modo de construção ao trabalho desenvolvido por Rui Chafes.
Estes dois volumes dispostos de forma inclinada, sob dois pedestais
assimétricos, intersetam-se num ponto. Representam os ventrículos dos corações
dos dois amantes. Reporta-se portanto ao tema do amor por intermédio do
coração.
D. Pedro e D. Inês
Pedro Ramos
Técnica: Soldadura
Dimensão: 3 peças
200 x 200 x 200 cm
2012
Trata-se de uma peça
racionalista, geométrica. Feita em aço corten, representa D. Inês de Castro e
D. Pedro. De uma forma mais objetiva, não é mais que um simples exercício de
composição que se baseia no fato de fazer um objeto modular rodar sobre si,
sobre o seu eixo. Neste caso, o objeto modular são duas pirâmides triangulares
que têm um vértice em comum. Neste caso temos representado três momentos (ou
três posições diferentes) desse movimento de rotação. As personagens históricas
são aqui representadas pelas pirâmides, sendo a união das mesmas
representativas do amor.
Relógio de Sol
Técnica: Pedra da
Região
Dimensão: 230 x 1500
x 500 cm
2013
Escultura
constituída por dois elementos em pedra e um plinto. A base tem uma forma
ovoide e simboliza um tabuleiro de xadrez e ao mesmo tempo é um mostrador de
relógio. Esta peça, como o nome indica trata-se de um relógio de sol, onde o
visitante pode ver as horas recorrendo às linhas traçadas na calçada, que
marcam todas as meias horas. O conceito de relógio de sol está diretamente
ligado à história de Dom Pedro e Dona Inês, visto que o seu funcionamento é
eterno, à medida e semelhança do Amor cantado por Camões. Para nos confirmar a
ligação da escultura a esta história, no topo do mostrador encontramos o pino
que é projetado pela luz solar fornecendo a marcação das horas. O pino é
constituído por duas peças de xadrez, um Rei e uma Rainha. Quanto à peça caída,
não deixa dúvidas, trata-se da Rainha morta, já a que se encontra em pé a
dúvida subsiste podendo representar D. Pedro I o amante, ou se por outro lado o
“carrasco” da historia, Afonso IV, pai de D. Pedro I.
Massimo Neves
Rafa Andrade
Stencil
2017
Paragem do Autocarro – Ponto de
intervenção de caráter temporário, onde aleatoriamente e conforme a
necessidade, será convidado alguém com o propósito de transformar este espaço.